segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O beijo que o dia dá na noite.





Como seria um beijo entre o dia e a noite? Como se a noite beijasse o dia ao entardecer. Como se houvesse uma conexão. Lamentáveis essas nossas histórias, essas nossas invenções. Caso houvesse esse beijo entre noite e dia, o que seria das poesias? O que seria das provas de amor, algum dia? Seria como explosões. Todos os dias uma mesma explosão. Aquele estalo dos beijos, aquela coisa que não se dá nome, aquela coisa que só se consegue sentir. Completamente abstrato. Todos os sentidos. Todas as histórias, invenções, poesias e provas seriam de alguma maneira uma pequena explosão, e se assim soubessem, uma pequena imitação do que se é de verdade. O beijo entre o dia e a noite. Todas as coisas que não são reais.

Se soubessem que de tempos em tempos o mesmo dia só beija a mesma noite apenas uma vez. E é como se todos os “entardecer” fosse um recomeço, todos os dias uma maneira de evoluir, mudar. Todos os dias se apaixonar. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário