Eu tenho muitos talentos. Tenho coragem de sobra. Tenho uma
imaginação que varia nos dias que tem chuva. Tenho pouco amor pra dar, mas
muita atenção pra distribuir pro mundo inteiro. Um mundo que não merece minha atenção.
Eu tenho algumas manias absurdas. Minha mente é tão frágil que eu consigo me
machucar sozinha. Eu sou pequena. Tenho um coração que diminuiu, mas não no
sentido literal. Gosto de imaginar coisas quando estou dormindo. Histórias,
tragédias, dramas, cinema. Eu gosto de imaginar. Eu também nunca coloco as
coisas para funcionarem. Eu as deixo só aqui, aqui dentro. E elas permanecem.
Constantemente me pego inventando outra estória. De novo. E de novo. De novo.
Acordo de manhã e esqueço completamente a história incrível que tinha pensado.
Isso é muito duro. Mas dali a pouco já escrevo outra estória. Estórias que, de
alguma forma bate com a vida de alguém que estava passando por aqui.
Nunca tive grandes segredos. Todas as pessoas sabem
exatamente como e quem eu sou. Elas só não sabem dessas manias absurdas. Eu
consigo esconder. É o que eu consigo esconder. O resto, esse negócio de
sentimento e blá blá blá, bom, não sou boa em esconder isso, pelo menos não por
um bom tempo. Eu consigo deixar vazar, por algum motivo, nunca consigo deixar
só pra mim. Eu preciso contar pra alguém, preciso que alguém veja o que eu
sinto, o que eu quero, o que eu amo, o que eu odeio, eu preciso que as pessoas
saibam dessas coisas. Eu também preciso que elas vejam o que eu sei fazer. Seja
lá quais os meus talentos, eu preciso mostrar.
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