sexta-feira, 6 de julho de 2012

Tempos.




Ela não esperava grandes particularidades dele. Ele sim, sem demonstrar pelo menos um pouco do que estava sentindo ali. Sentir. Coisas que passaram e coisas que há de vir e ficar.

Ela demonstrava a amizade sincera, e o ciúme de irmã, solidariedade e tudo o que era bom. Ela era real. Sempre foi real. Ele queria algo mais e sabia que ela não sabia disso. Ela queria o mundo inteiro e ele poderia ajudá-la nessa aventura. Ele a queria. Ela não o queria. E na verdade os dois se amavam de uma vez só. De uma noite só, o noite inteira. De uma manhã só, e uma tarde inteira.

Ela acreditava na existência de uma força maior e passou a desacreditar um tudo. Ele ainda acredita nessa força.
Mas um tempo atrás ela ainda não o queria. Sentir ódio e amar ao mesmo tempo é raro e acontece de vez em quando com ela. Raridade. Ela é uma raridade. Feita um galocha, chata. Insuportavelmente atraente e linda. Consideravelmente sexy, mas ela não sabe. Não quer saber. 

Ele sempre gesticulava para trás pensando que ela não sabia que ele fazia cenas de “não estou nem aí para você”. Ele dizia “eu te amo” sério. Ela dizia “porque diabo é assim?”.  Na verdade ela tinha algo em mente: Tenho que começar a fugir disso. Sabe como é querer e não poder? Não, na real é poder e não querer. Entende? É bem complicado mesmo.

Seu cabelo continuou úmido da tarde chuvosa, a noite inteira. Seu olhos e sua mente continuamente não paravam de pensar nos olhos dele. Foi quando ela viu que os seus olhos eram claros, mais claros a luz. Ao sol. 

Os dias passaram tão rápidos, como vento. Como aquele vento na noite mais perfeita que tiveram. “Estou com frio...” “Eu também!”. Eu também o caramba! Abraça-me. Ele a abraçou e não viveram felizes para sempre. Nada é tão feliz e nada é tão para sempre como em todas as tramas e tal. Nada é tão bonitinho e nada é tão realmente perfeito. Eu estou falando deles. Os dois. Mas ele sim, sempre foi perfeito. E ela ainda vai continuar insuportavelmente linda, chata e grotesca. Ela ainda vai continuar te seduzindo e te fazendo rir, por que ela consegue ser sexy tomando lactobacilos vivos, jogando vídeo game, e reclamando de como a vida é incessantemente reconstrutiva, o que deveria ser algo bom. Mas ela é do contra. Ela é ela. Simples. 

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