quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Borboletas negras.



Me vi num beco, logo a frente estava lá, você, todo pintado de me beije e me namore. Quase nunca me via assim. Trancafiada, num beco, num escuro. Tinha uma música rolando também. Era aquela, você se lembra muito bem "Ela estará em seus braços completamente apaixonada". Com certeza você me via assim. 
Tuas mãos tão grandes me segurava. Você quase não me avermelhava assim nos meus sonhos. O que acontece com você depois do amor? O que aconteceu com você, depois... o amor.
As coisas mais simples pareciam desencadear histórias de nós dois. 
O ar. Mesmo soprando com toda as minhas forças, ele parou. Eu também parava de respirar. Uma hora eu teria que morrer. Mas eu apenas parei de respirar. A morte? Como se ela deixasse pra depois. Coisas que acontecem o tempo todo. 
As borboletas negras se despedaçam, elas quase não sangram, mas são terrivelmente assustadoras de perto. Gótico isso. Mas era lá, você e eu, dois estranhos, não só para nós mesmo, mas totalmente instáveis. Nós sabíamos disso. Eu também sabia das borboletas e tudo mais. Só que não era tão interessante pra mim.
Você aparece. Se esconde. Me beija. Enche de borboletas e se vai. Você reaparece e continua me enchendo. Essas borboletas que não acabam mais. 
Não é uma história de amor macabra, é só mais uma história de amor clichê como todas as outras.  

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