segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Zerar a vida.



Conta pra ele que sentiu vontade de zerar o jogo só que não conseguiu. Conta que chegou até a metade, mas não conseguiu continuar. Conte a verdade. Se resquícios de histórias com finais fosse bons você não estaria aí desse lado, menina. E quando você se apagar de novo, vai lembrar de novo, seja nos sonos que seus sonhos são mais que isso, são pesadelos. Mas se toda vez você tentar zerar o jogo, se toda vez quiser impedir o destino, não vai conseguir chegar ao final dessa história, se é o que pretende menina.
Conta pra ele às vezes que seu travesseiro reclamou das manchas pretas que surgia por causa do seu rímel que borrou o pobre coitado, nem culpa ele teve. Nunca tivera. Mas conta também porque não tirou sua maquiagem nessa noite. Nessa e em outras tantas. Mostra pra ele sua pele frágil e seus olhos como ficaram abandonados.

Conta por último à falta que fez, das noites que se foram, dos beijos que ficaram em retratos, e mostra pra ele o vidro quebrado daquele retrato que jogou no chão. Conta que se caso tente zerar o jogo outra vez, que ele te impeça. 

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